À flor das águas
Hoje o dia amanheceu com Sol. Brilhante.
Os raios de luz entraram pelas frestas da janela e acordaram-me sem sobressalto.
Vi o céu de um azul vivo e despertei para o novo dia que já esperava lá fora.
As tarefas por fazer em cima da secretária, acenavam-me que me concentrasse em trabalho. Não quero. Hoje não.
Em vez disso decidi pegar nas chaves e caminhar pela cidade. As pessoas parecem estranhas pela manhã com os gestos ainda meio entorpecidos do sono...
Para onde vou? Para a beira-mar. Tenho saudades de deixar que as ondas me tragam nova vida, que o cheiro a maresia me invada as narinas e me purifique os pulmões e que o verde-escuro do mar dê outra cor aos meus dias cinzentos.
Vou fazer-me ao mar. Quero sentir de novo o som rouco do motor, tomar na minha mão o destino do meu barco, sentir o vento correr solto entre os meus cabelos, semicerrar os olhos por culpa do reflexo do sol intenso e deixar que os meus pensamentos naveguem livres à flor das águas...
Hoje sou vento, água, maresia, sou a espuma salgada que me enche de vida e me dá prazer. Hoje sou eu!
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